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Após as chamas, plataforma afunda no mar


Data: 26/04/2010 15:11
Só restou fumaça e mistério. A plataforma que explodiu na madrugada de quarta-feira já não faz parte do horizonte do Golfo do México. A estrutura afundou depois de ser consumida pelas chamas por horas a fio. E o motivo da explosão ainda é desconhecido.

Carolyn Kemp, avó de Roy Wyatt Kemp, 27 anos, um dos 11 desaparecidos, recebeu ontem uma notícia que reduz suas esperanças:
– Eles suspeitam que os homens que se encontravam na plataforma morreram. É a mais recente informação que temos – lamenta, lembrando que o neto estava nesse local.

De acordo com a Guarda Costeira americana, 126 trabalhadores estavam na plataforma no momento da explosão, e 115 conseguiram escapar. A Guarda segue a busca pelos desaparecidos.
As equipes de emergência não conseguiram controlar o fogo, que formou uma enorme coluna de fumaça nos céus do Golfo do México. A plataforma estava derramando 42 mil litros de petróleo, mas o fogo e a fumaça impediam as equipes de enviar os equipamentos necessários para tampar o escape.

Autoridades temem derramamento de petróleo

O acidente ocorreu em frente à costa do Estado americano da Louisiana, a cerca de 75 quilômetros da cidade de Venice. Segundo o jornal americano The Washington Post, o presidente Barack Obama ordenou às agências do governo que utilizassem todos os recursos disponíveis nas buscas e cuidado com a plataforma destruída, acionando inclusive a Agência de Proteção Ambiental. As autoridades americanas temem que, após afundar, a plataforma possa provocar um grande derramamento de óleo.

A plataforma Deepwater Horizon tinha uma superfície de 132 metros de comprimento por 85 de largura e podia perfurar a uma profundidade de mais de oito quilômetros. Ela pertencia à empresa suíça Transocean Ltd e extraía petróleo para a British Petroleum (BP).

Exploração no Brasil entra na lista de prioridades da Shell no mundo

Por Redação
Fonte: Valor Econômico
Data: 20/04/2010 14:35
Segunda maior produtora de petróleo no país, bem atrás da Petrobras mas com 117 mil barris produzidos por dia, a Royal Dutch Shell lista hoje o Brasil como uma área estratégica para a companhia. O Parque das Conchas, no bloco BC-10 (em águas profundas da parte capixaba da bacia de Campos), é atualmente um dos maiores da empresa anglo-holandesa no mundo.
O projeto está hoje ao lado de investimentos gigantescos da Shell como Sakhalin II (o maior do mundo para exploração e produção de gás para exportação da Rússia) e Catargas4 (de liquefação de gás no Catar) só para mencionar alguns dos nove principais projetos que vão garantir o aumento da produção da multinacional nesta década.
Vice-presidente para Américas da Shell Exploração e Produção, o americano Marvin Odum, disse ao Valor que depois de seis meses de operação, a produção no Parque das Conchas está acima das expectativas.

Ele mostrou surpresa quando informado de algumas especulações recentes de que a empresa estaria preparando sua saída do país na área de exploração e produção de petróleo. Ele menciona o programa de exploração da companhia, que deve receber novas sondas de perfuração, e diz que tem interesse em mais áreas.

Com cerca de US$ 3 bilhões aplicados no país desde 2002, quando começou a investir nos campos Bijupirá-Salema - dois campos descobertos pela Petrobras em 1990 onde a Shell produz atualmente 30 mil barris por dia de óleo pesado na bacia de Campos -, a Shell planeja perfurar dez poços no país até o fim de 2011, dois deles no pré-sal das bacias de Campos e Santos. O primeiro resultado deve ser conhecido em maio, quando a empresa pretende atingir o pré-sal em Nautilus, um dos cinco reservatórios encontrados no pós-sal do Parque das Conchas.

Outro poço da multinacional no pré-sal será perfurado no bloco BM-S-54. Para cumprir esse programa a companhia vai reservar duas ou quatro sondas de perfuração para o Brasil, informa Marco Brummelhuis, vice-presidente de desenvolvimento da área de Exploração e Produção Américas.

Odum diz que o resultado das próximas perfurações vai dizer que tamanho a operação da Shell terá no país nos próximos anos. Atualmente o Brasil é responsável por cerca de 2% da produção total da companhia, que é de 3,3 milhões de barris por dia, considerando que nem toda a produção fica com a empresa.

A empresa é a operadora dos dois sistemas de produção mas tem como sócias a Petrobras (35%) e a indiana ONGC (15%) no BC-10 e a Petrobras, com 20%, em Bijupirá-Salema. A parte da Shell é toda exportada.

A anglo-holandesa aplicou novas tecnologias no Parque das Conchas, entre elas a instalação de geradores com capacidade de gerar 68 megawatts (MW) de energia na plataforma flutuante FPSO Espírito Santo.

Bombas elétricas de 1.500 Hp alimentam sistemas de separação e bombeio em alta pressão que ajudam a extrair o petróleo pesado facilitando o percurso de 1.800 metros até a plataforma. O gás natural produzido junto com o óleo é bombeado para dentro do reservatório Ostra para reduzir a queima de gás e emissões de CO2. A tecnologia é tão nova que será adotada no desenvolvimento do campo Perdido, no Golfo do México, onde a Shell obteve o recorde de produção em águas ultraprofundas.

Animado com as perspectivas no país, Odum afirma que prefere não comentar as mudanças regulatórias no setor que estão em votação no Congresso brasileiro. Ele diz que sobre isso quem tem de responder é o Brasil. O executivo acha que o sistema atual teve muito sucesso em atrair investimentos e diz que sua " expectativa pessoal " é de que o Brasil continue atraindo as companhias internacionais do setor. Mas pondera que, para isso, será necessário dar continuidade aos leilões de áreas da Agência Nacional do Petróleo (ANP) no pós-sal.

" Independentemente das mudanças no pré-sal, é importante para a indústria que ocorram novos leilões. Essa indústria tem um ' momentum ' em que as empresas dedicam investimentos, pessoal, tecnologia e foco, desenvolvendo fornecedores locais. E o timing da próxima rodada do pós-sal é importante também " , enfatiza.

Questionado se a Shell aceitaria contratos de partilha de produção, o executivo disse que a companhia
trabalha com esse tipo de contrato em várias partes do mundo. Contudo, é preciso conhecer os contratos,
que no caso do Brasil ainda não estão disponíveis, já que a nova legislação ainda não foi aprovada. " Atuamos de forma global e participamos de partilha em vários países. É um sistema com o qual podemos trabalhar, mas os detalhes realmente podem fazer toda a diferença nesse caso. E atualmente os detalhes não estão claros para nós " , afirma.

Indústria naval: Encomendas de construção e reformas de navios superam R$ 10 bilhões

Por Redação
Fonte: Valor Econômico
Data: 01/04/2010 14:48
 A construção de petroleiros, gaseiros, embarcações de apoio e plataformas, além de reforma e modernização de navios e estaleiros, serão responsáveis por investimentos vultosos nos próximos anos no Rio de Janeiro. Dez dos principais e maiores estaleiros do Estado estão com uma carteira de pedidos novos e em andamento que somam R$ 10,57 bilhões. Esse montante não é apenas de investimentos de estaleiros em si, mas de armadores, cujas encomendas foram realizadas nos últimos anos.

"A indústria naval do Rio vive um de seus melhores momentos. Não só pelo número de encomendas feitas pela Petrobras e Vale, mas também por pedidos de companhias internacionais", afirma Cristiano Prado, gerente de infraestrutura e novos investimentos da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). O setor está tão aquecido, diz ele, que deve manter-se assim ao longo das próximas duas décadas, principalmente por causa da exploração dos reservatórios da camada pré-sal.

A Petrobras precisa de 45 novas plataformas de exploração, perfuração e produção de petróleo para atender campos de pré-sal. Cada uma das plataformas exige pelo menos dois navios de apoio, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval). Isso quer dizer que, nos próximos anos, haverá uma demanda adicional de 90 embarcações desse tipo, além dos 146 já previstos anteriormente pela estatal. Ainda de acordo com o Sinaval, a Petrobras precisa de outros 70 navios petroleiros para atender às necessidades da companhia.

"Este é o momento onde as oportunidades propiciadas pela abertura de novas fronteiras, como os reservatórios de óleo e gás no pré-sal, impõem uma resposta decidida por parte da indústria naval para enfrentar os desafios tecnológicos e econômicos", diz Domingos D Arco, presidente do estaleiro Mauá, a primeira empresa do setor no Brasil, que iniciou suas atividades em 1846.

Levantamento recente do Centro de Estudos de Gestão Naval (CEGN), da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), aponta que, hoje, existem encomendas anunciadas pela Petrobras e por outros armadores brasileiros de mais de 350 embarcações. Em dezembro de 2009, só o Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante (FMM) aprovou prioridades para a construção de 253 navios (R$ 8,9 bilhões) e a implantação e modernização de 17 estaleiros (R$ 2,3 bilhões).

Não é só a intensificação da exploração de petróleo que aqueceu o setor no Rio, berço da indústria naval do país. A estabilidade e a expansão da economia e o crescimento do transporte de cabotagem, por exemplo, fizeram com que cerca de 20 estaleiros fossem reabertos no Estado. Essa movimentação significou a criação de milhares de empregos no setor e a geração de oportunidades na cadeia de fornecedores da indústria da construção naval. Cada estaleiro reaberto representa pelo menos 3 mil empregos diretos, de acordo com Prado, da Firjan.

Atualmente, a indústria nacional de construção naval emprega diretamente quase 47 mil pessoas. Considerando os empregos indiretos da "indústria de arraste" (fornecedores de máquinas e equipamentos e de serviços, entre outros), o número de trabalhadores no setor no Brasil passa dos 200 mil. Além disso, os diversos tipos de incentivos disponíveis no momento favorecem a indústria naval. Entre eles, isenções fiscais, financiamentos a estaleiros e armadores e um Fundo de Garantia à Construção Naval (FGCN).

Só o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem uma carteira de mais de R$ 18 bilhões entre projetos aprovados, em análise e em perspectiva na área naval ligada à indústria de petróleo e gás. Os recursos do BNDES e de outros agentes financeiros estatais, como o Banco do Brasil e o Banco do Nordeste, para a indústria naval vêm do Fundo da Marinha Mercante (FMM), fonte de financiamento de longo prazo para o setor.

Apesar da efervescência do setor, que fez com que os principais estaleiros do país associados ao Sinaval terminassem 2009 com um faturamento de quase R$ 5 bilhões, existe uma série de obstáculos a serem superados. Entre os problemas, o estudo da CNEG cita a baixa produtividade dos estaleiros, a defasagem tecnológica do país, os problemas relacionados à gestão da produção, a inexistência de uma rede articulada de fornecedores locais e a indefinição de uma estratégia de desenvolvimento para a indústria nacional de transporte aquaviário.

Vários estaleiros, entre eles o Mauá, STX Brazil Offshore, Aliança e o São Miguel têm investimentos previstos para expansão ou construção de novas unidades de produção. O Mauá separou R$ 160 milhões para a expansão e modernização de sua planta industrial. "Estamos investindo cada vez mais na modernização das instalações e na formação de mão de obra para atender futuras encomendas", diz D´Arco, presidente do estaleiro.

O Aliança investirá R$ 69 milhões na ampliação da sua planta industrial e na construção de unidade de processamento de aço em São Gonçalo. No mesmo local, o estaleiro São Miguel erguerá uma nova planta de R$ 47 milhões.

O Eisa segue caminho semelhante. A unidade da Ilha do Governador receberá investimentos para atender à demanda de quatro navios Panamax de 75 mil TPB (toneladas de porte bruto ou capacidade de carga do navio somada ao seu peso) da Transpetro. A encomenda aguarda apenas a aprovação do financiamento do BNDES.

A STX Brazil Offshore, por sua vez, investirá US$ 100 milhões num estaleiro que deve começar a ser erguido este ano no Rio.


Fonte: Valor Econômico/ Vladimir Goitia, para o Valor, de São Paulo