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Petrobras vai adicionar um milhão de barris por dia de capacidade de produção em 2013

Nove plataformas de produção serão concluídas este ano; três delas já estão em operação
A Petrobras, pela primeira vez em sua história, vai receber nove unidades de produção em um único ano. A capacidade instalada de produção das plataformas totaliza um milhão de barris por dia e a entrada em operação das unidades será essencial para a companhia dobrar sua atual produção e atingir a meta para 2020 de 4,2 milhões de barris de petróleo por dia. As informações foram destacadas pela presidente da companhia, Maria das Graças Silva Foster, durante almoço-palestra na Offshore Technolgy Conference (OTC Brasil 2013), no Rio de Janeiro.

Das nove unidades que entram  em produção este ano, a presidente lembrou que já estão em produção os FPSOs Cidade de São Paulo, Cidade de Itajaí e Cidade de Paraty. Outras duas unidades - os FPSOs P-63 e P-55 - já estão na locação e a P-58 deve sair do estaleiro de Rio Grande em direção ao Parque das Baleias ainda este mês. Além destas, a P-61, a TAD (sigla para Tender Assisted Drilling), que foi construída na China, e a P-62 chegarão às locações em dezembro, informou a presidente na tarde desta terça-feira (29/10), na sessão "Planejamento e Gestão de Oportunidades Offshore no Brasil: a Perspectiva da Petrobras".  "Nos próximos cinco, seis anos, será mais importante para nós o "P" de produção do que o "E" de exploração", afirmou a presidente, comparando os esforços e investimentos para aumentar a produção de petróleo da companhia às atividades de exploração, que têm como objetivo novas descobertas.  

A presidente ressaltou também o crescimento da indústria naval nos últimos anos. "Temos um imenso orgulho dos estaleiros no Brasil. Há dez anos, muitas pessoas riam quando falávamos em conteúdo local", lembrou. "Além das 17 unidades estacionárias de produção que estão em obras hoje no Brasil, nós temos 28 sondas sendo construídas no país e 41 navios de transporte. Para cumprir esta curva (de produção), temos mais 12 contratações a fazer", adiantou a executiva. Para ela, um dos motivos do sucesso dos estaleiros brasileiros é a associação com empresas estrangeiras experientes, critério que passou a ser exigência da Petrobras para firmar contratos.

Sucesso exploratório no pré-sal é "espetacular", diz presidente

A presidente comemorou o sucesso exploratório no pré-sal, que atingiu 100% em 2013.  Ela revelou que este ano foram perfurados 13 poços no pré-sal e em todos eles a companhia encontrou petróleo, o que a executiva classificou como "espetacular". Ao todo, contabilizou, foram perfurados 144 poços exploratórios no pré-sal e o índice de sucesso chegou a 82%. "Nosso sucesso exploratório impressiona. Se contabilizarmos poços offshore e onshore, nosso índice é de 65%, o que está muito acima da média mundial", comparou. Ela ressaltou que o Brasil responde por 62% das grandes descobertas em águas profundas no mundo entre 2007 e 2012.

Sobre a recém-leiloada área de Libra, em que a Petrobras terá 40% de participação, a presidente projetou extrair o primeiro óleo em 2020. "O marco regulatório (de partilha de produção) é claro, objetivo e inequívoco", afirmou, lembrando que, em 2017, quando os investimentos em Libra passarão a ser mais expressivos, a Petrobras estará produzindo 750 mil barris por dia a mais do que os atuais 2 milhões de barris de petróleo produzidos hoje diariamente, o que reforçará o caixa da empresa.

Graça Foster destacou também a importância de parcerias com universidades brasileiras e institutos de pesquisa de todo o mundo: "Temos universidades espetaculares no Brasil, temos uma rede de inteligência, investimos pesado em tecnologia no Brasil". Entre 2006 e 2013, a companhia investiu US$ 1,1 bilhão em pesquisa e desenvolvimento. 

Por fim, falou da importância de investimento em qualificação profissional, principalmente em nível médio, a exemplo de técnicos, supervisores e mestres de oficina: "Formação de nível médio é um grande gargalo", avaliou.



A Petrobras completa 60 anos na quinta-feira, 03, em um dos momentos cruciais de sua história.

Com o peso de ser a maior empresa brasileira e fator primordial de crescimento da economia - o que a torna objeto de interesse da classe política -, a petroleira tem como desafio dobrar a produção em sete anos e ampliar a capacidade de refino, ao mesmo tempo em que preserva a saúde financeira, motivo de preocupação de investidores e especialistas devido ao endividamento elevado.

Até 2017, a Petrobras planeja investir US$ 236,7 bilhões, uma média anual de US$ 47,34 bilhões. No período, pretende aumentar a produção de petróleo dos atuais 2 milhões de barris por dia (bpd), volume alcançando ao longo de 60 anos, para 4,2 milhões de bpd, em 2020, a partir da exploração das gigantescas reservas do pré-sal. Já a capacidade de refino irá crescer de 2 milhões de bpd para 3 milhões de bpd.
No longo prazo, as perspectivas soam ainda mais promissoras. Ao fim de 2012, as reservas de óleo e gás natural da estatal eram de 15,7 bilhões de barris, o que irá aumentar significativamente nos próximos anos. Pelas regras do regime de partilha, a Petrobras terá, no mínimo, 30% dos novos campos do pré-sal. Isso irá garantir, por exemplo, que a empresa tenha, pelo menos, 30% do campo de Libra, cujas reservas são estimadas entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris. O campo de Libra será licitado pelo governo no próximo dia 21.



Fachada da sede da empresa, localizada no Rio de Janeiro. (Foto: Estadão Conteúdo)

Além disso, a Petrobras tem direito a outros 5 bilhões de barris do processo da cessão onerosa. Os números se juntam ao potencial dos blocos arrematados dentro e fora do pré-sal nas rodadas de licitação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Ou seja, a estatal tem, de sobra, aquilo que é o mais importante para uma empresa de petróleo: reservas.

"A Petrobras tem hoje um dos melhores portfólios do mundo. A companhia está muito bem posicionada na produção", afirma o ex-presidente da companhia e secretário de Planejamento da Bahia, José Sergio Gabrielli.
O ex-presidente listou uma série de fatores para o sucesso da empresa: posição dominante no Brasil, um dos principais mercados consumidores de derivados de petróleo do mundo (cresceu mais de 40% nos últimos quatro anos); forte produção de gás; infraestrutura logística consolidada; corpo técnico qualificado, e dona do melhor centro de pesquisas do mundo para exploração em águas profundas, o Cenpes. "A Petrobras tem todo o instrumental para se tornar uma empresa fantástica", completou.


Há 30 anos na Petrobras, a atual presidente Graça Foster se diz otimista para o futuro

O entusiasmo de Gabrielli é compartilhado pela atual presidente da Petrobras, Graça Foster. Na semana passada, em meio ao início das comemorações de aniversário da estatal, a executiva disse que nunca imaginou que a empresa chegaria ao patamar atual.
"Eu, que estou na Petrobras há 30 anos, nunca imaginei que chegaríamos a ter esse portfólio tão grande, com tantas e tão claras oportunidades, objetivas e materiais; com esse orçamento que exige uma dedicação muito grande no que se refere à disciplina de capital", revelou.
Apesar das vantagens competitivas, as ações da Petrobras não têm tido boa performance. Isso fica evidente no ranking elaborado pela consultoria internacional PFC Energy. Em 2010, ano da megacapitalização, a estatal brasileira era a terceira maior petrolífera do mundo, com valor de mercado de US$ 228,9 bilhões. Em 2012, a empresa caiu para a sétima posição, com valor de mercado de US$ 124,7 bilhões.
Para o diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), Adriano Pires, a queda reflete o uso político da companhia. "O mercado precificou a interferência política do governo federal na gestão da Petrobras."
Nos últimos 10 anos, Pires explicou que o governo pôs a sua agenda política acima dos interesses da Petrobras, inchando a empresa, congelando preços de derivados e determinando uma série de investimentos com baixa rentabilidade. O resultado é que a alavancagem líquida da empresa saltou de 16%, em 2010, para 34%, no fim do segundo trimestre deste ano, próximo do limite considerado ideal pelas agências de rating para manter o grau de investimento. A dívida total saltou de R$ 117,9 bilhões, no fim de 2010, para R$ 249,04 bilhões, no fim de junho deste ano.
Desde que assumiu em março do ano passado, Graça Foster adotou austeridade. Até 2017, a Petrobras pretende reduzir os custos em R$ 32 bilhões, além de vender US$ 9,9 bilhões em ativos não estratégicos. Até o momento, a companhia contabiliza US$ 3,82 bilhões em desinvestimentos, entre ativos no exterior e participações no setor elétrico.
O "calcanhar de Aquiles" da Petrobras é o controle de preços dos derivados praticado pelo governo para evitar impacto na inflação. Com o aumento da importação de combustíveis para atender o forte crescimento da demanda, a política tem drenado uma parte significativa do caixa da estatal, impedida de alinhar os seus preços com o mercado internacional.
"A Petrobras está em uma encruzilhada. Ou se torna uma empresa lucrativa ou vai se tornar uma PDVSA (estatal venezuelana)", alertou Pires. Para Gabrielli, o aumento da capacidade de refino no longo prazo irá minimizar os efeitos da política de controle de preços, à medida que as importações serão substituídas pela produção local.