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Como funciona a técnica CCS do pré-sal?


SÃO PAULO – Carlos Minc exigiu e o presidente Lula incluiu no plano do pré-sal uma tecnologia para diminuir os impactos causados pela extração.

Carlos Minc, o ministro do meio ambiente, afirmou há três semanas que exigiria que parte da verba destinada à extração de pré-sal fosse investida no meio ambiente. “Vai ter de ser CCS”, disse o ministro na ocasião, fazendo referência a uma técnica de sequestro e armazenagem de carbono para evitar que gases de efeito estufa fossem para a atmosfera.

A tecnologia ainda está em fase de testes, mas pode ajudar a preservar o meio ambiente de receber o CO2 emitido durante a exploração do pré-sal que, especula-se, tem uma concentração até quatro vezes maior do gás que petróleo em camadas mais próximas à superfície. Para ambientalistas, entram ainda na conta de CO2 o transporte deste óleo do mar para a costa, a refinação e o seu uso final - cerca de 90% dele vai virar combustível.

“Em termos gerais, o sequestro geológico do gás carbônico é pegar o carbono emitido na fonte e devolvê-lo para o subsolo”, explica Carlos Rittl, coordenador do Programa Mudanças Climáticas e Energia da organização de proteção ambiental, WWF –Brasil.

“O dióxido de carbono é capturado na fonte de emissão, compactado, transportado e armazenado em camadas profundas da crosta terrestre. É preciso ainda verificar a área onde ele será armazenado. Não pode ser, por exemplo, uma região com placas tectônicas em movimento porque essa movimentação poderia liberar esse gás”, explica Rittl.

Ainda não existem experimentos de longo prazo e em larga escala para assegurar a técnica. “Não existe também um marco regulatório mundial do assunto”, diz o integrante do WWF-Brasil.

De acordo com a Petrobras, alguns poços já praticam a reinjeção de parte do gás carbônico emitido durante o processo de extração do petróleo. Essa injeção, inclusive, ajuda na extração porque o “gás ocupa espaço e acaba empurrando o óleo”.

Como compensar o carbono emitido

Para o Greenpeace, outra organização de proteção ambiental, não tem como falar do petróleo da camada pré-sal sem lembrar de toda a poluição que ele causará. Esta organização defende uma outra maneira de neutralizar o gás carbônico emitido durante a extração: criar áreas de proteção no mar. Os oceanos absorvem cerca de 50% dos gás carbônico provocado pela queima dos combustíveis fósseis e a técnica seria bem mais barata que a tecnologia de captação de carbono.

Para Rittl, aumentar as áreas de proteção – seja em terra, seja em mar, é muito importante. “Mas só isso não compensaria os impactos”, segundo Rittl. Seria preciso ainda investir o dinheiro gerado com esse petróleo em outros aspectos ambientais, como em adaptação para as mudanças climáticas.

“Regiões brasileiras enfrentam com mais periodicidade períodos de seca e inundação e o governo atua de forma emergencial. Não existe um plano preventivo. Não existe estratégia”, afirma Rittl. “Esta seria uma boa aplicação desses recursos: ajudar a identificar as vulnerabilidades. Secas e enchentes afetam diretamente uma das bases da economia brasileira: a agricultura.


Outra aplicação possível é o investimento em energias renováveis. “Nossa matriz energética é bem limpa, mas está ficando suja. O número de termelétricas aumentou. É preciso investir em energia limpa, como a eólica, por exemplo. Isso ajudaria a manter o Brasil na matriz energética mais limpa e compensaria o uso do petróleo”, explica Rittl.

O futuro do petróleo

Este pode não ser um bom momento para descobrir petróleo em camadas tão profundas. O dinheiro investido para a retirada deste petróleo é bem maior que o necessário para explorar outros campos. Para Rittl, outra questão a ser considerada é que o mundo discute uma economia e política baseadas em baixo carbono.

“Toda essa riqueza surgiu em um momento em que o mundo estuda impor regras cada vez mais rigorosas às emissões de gases. Será possível o uso econômico desses combustíveis ou podemos esperar que no futuro exista taxação de carbono?”, questiona Rittl.

Fonte: http://info.abril.com.br/noticias/tecnologias-verdes/como-funciona-a-tecnica-ccs-do-pre-sal-04092009-31.shl?3

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