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Os desafios da Engenharia Submarina

by Carlos Guedes | 16:59 in |

Os desafios da Engenharia Submarina

O desenvolvimento do PROCAP viabiliza a produção de petróleo em águas profundas
Nos últimos anos, a Petrobras realizou importantes descobertas em áreas offshore em lâminas d'água profundas e ultra-profundas, o que foi encarado como a única forma capaz de se atingir os níveis de produção compatíveis com as necessidades do País.

Uma componente de peso neste processo foi a Engenharia Submarina que passou por diversas fases durante os 26 anos de produção da Bacia de Campos, buscando atender às demandas tecnológicas em águas cada vez mais profundas, e para isto desenvolveu equipamentos e técnicas que permitem lidar com esta demanda.

Na primeira fase de desenvolvimento da Bacia de Campos, entre 1977 e 1983, a Engenharia Submarina teve papel discreto, pois a produção se concentrava em campos de pequena profundidade, entre 100 e 170 metros, onde predominavam as plataformas fixas, com jaquetas metálicas assentadas no solo marinho e árvores de natal secas. Exceção a tal regra foram os Sistemas de Produção Antecipada -SPA, que utilizavam plataformas semi-submersíveis, com caráter temporário, visando conhecer melhor o reservatório e antecipar a receita.

A faixa de profundidade seguinte, até cerca de 300 metros, foi atendida pelos sistemas flutuantes, já que a economicidade das jaquetas fixas começava a ficar comprometida pelo maior custo da estrutura e tempo necessário para iniciar a produção. Em profundidades maiores, era necessário um salto tecnológico, uma vez que a intervenção humana através de mergulho se tornava inviável.

Para enfrentar esse desafio, em 1986, implantou-se um programa de capacitação tecnológica com o objetivo de alcançar 1000 metros de lâmina d'água. o Programa de Capacitação Tecnológica em Águas Profundas -PROCAP.

Hoje, a Engenharia Submarina engaja-se na viabilização de alternativas que permitirão produzir os campos descobertos em águas ultra-profundas. através do PROCAP 2000, em fase final de implantação dos projetos e do já em andamento PROCAP.3000. caminhando para viabilizar a produção de petróleo em até 3000 metros de lâmina d'água.

São diversos recordes mundiais e utilizações pioneiras, que propiciaram a chegada aos 3000 metros, dentre eles: a monobóia; o primeiro "manifold", conjunto de válvulas que controlam fluxo de petróleo, instalado no sistema provisório de Garoupa, que tinha como principais características o controle multiplexado e os equipamentos no interior de capsulas com pressão atmosférica, permitindo intervenção humana em um ambiente atmosférico; a unidade de produção de petróleo ancorada em maior lâmina d'água e a primeira plataforma e primeiro FPSO ancorados utilizando, pioneiramente, poliéster. No processo de desenvolvimento, surgiu o "manifold" tipo "diver assisted -DA", com uso de mergulhador, e posteriormente, foram desenvolvidos e instalados vários outros "manifolds" em profundidades superiores a 800 metros, por exemplo para o campo de Roncador.

A quantidade de dutos flexíveis lançados na Bacia de Campos, mais de 3300 Km, posiciona a Petrobras como uma das maiores no uso desta vertente tecnológica. Inicialmente aplicada em águas rasas, teve sua faixa de aplicação ampliada também devido à demanda na Bacia de Campos, que hoje, dispõe de estruturas para até 2000 metros de lâmina d'água. Toda essa tecnologia é inovadora, e manterá os olhos dos técnicos do mundo todo voltados para as operações da Petrobras na Bacia de Campos por longo tempo.



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